escreva o que procura.

História do Parque

As águas da costa da Arrábida-Espichel encontram-se protegidas pelo Parque Marinho Professor Luiz Saldanha, criado em 1998 com o principal objetivo de proteger e recuperar a biodiversidade deste mar especial. Para isso, o Parque promove ações de conservação e gere as diversas atividades humanas que se praticam nestas águas, de modo a compatibilizar objetivos de conservação com usos humanos sustentáveis. 

Toda a área do Parque Marinho faz parte do Parque Natural da Arrábida, gerido pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), e está integrada na rede Europeia de zonas de conservação – Rede Natura 2000. O sucesso do Parque Marinho beneficia da colaboração das comunidades locais, as quais procuram adaptar as suas atividades ligadas ao mar (ex.: pesca, mergulho, passeios de barco) à capacidade de recuperação e conservação dos ecossistemas marinhos. Simultaneamente, os cientistas apoiam o Parque avaliando a eficácia das medidas de gestão (ex.: estudos de monitorização), aprofundando o conhecimento sobre o Parque Marinho, colocando em prática ações de conservação e promovendo o envolvimento das comunidades locais e visitantes.

Porquê proteger estas águas?

A costa da Arrábida necessita da proteção que o Parque Marinho oferece devido à pressão exercida por atividades humanas, como a pesca, a náutica de recreio e as diversas atividades turísticas que se praticam nestas águas. Ao longo dos anos, algumas destas atividades têm provocado impactos nos diferentes habitats e espécies do Parque Marinho, levando à sua degradação.

Um exemplo disso foi a perda de mais de 10 hectares de ervas marinhas na zona do Portinho da Arrábida, devido a arrastos de ganchorra ou ancoragem de embarcações. Desapareceu assim uma importante zona de reprodução, refúgio e alimentação para muitos animais, que dependiam deste habitat especialmente nos seus estados mais jovens. Por sua vez, o desaparecimento das pradarias de ervas marinhas, que têm um papel essencial na retenção de sedimentos, pode ter acelerado a erosão costeira no Portinho da Arrábida, levando ao desaparecimento de parte do areal das praias.

O Parque Marinho permite compatibilizar as atividades económicas com os objetivos de conservação, assegurando a conservação das espécies e dos habitats bem como a sustentabilidade e promoção das atividades económicas que aqui se desenvolvem.

Origem do nome do parque marinho

Luiz Saldanha (1937-1997) marcou as ciências marinhas em Portugal a partir dos anos 70, como investigador na área da Biologia Marinha. Os seus trabalhos aumentaram o conhecimento sobre a ecologia dos ecossistemas costeiros de Portugal. Enquanto Professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi responsável pela consolidação da Biologia Marinha como disciplina científica em Portugal, tendo formado toda uma geração de cientistas nessa área. Amante do mergulho, os seus trabalhos de doutoramento foram desenvolvidos na costa da Arrábida, com a qual manteve uma forte ligação. Alertou, desde cedo, para a necessidade de criar uma reserva marinha para proteger esta costa especial. Em 1998 foi criado o Parque Marinho Professor Luiz Saldanha que, em sua homenagem, recebeu o seu nome.

  • Alerta para a conservação da Serra da Arrábida - A eminente destruição da Mata do Solitário gera um grito de socorro pelo poeta Sebastião da Gama. O pedido é respondido pelo Professor Carlos Manuel Baeta Neves que no ano seguinte funda a Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e impede a perda deste património natural.

    Saiba mais
  • Valorização da zona costeira - numa publicação da LPN (A Serra da Arrábida e a Protecção à Natureza), Francisco Prudêncio Palminha alerta para a conservação marinha com o ensaio "As Algas Marinhas da Zona Costeira da Arrábida e a sua Protecção (contribuição para um estudo algológico)"

    Saiba mais
  • Alerta para a conservação marinha - o Centro Português de Atitividades Subaquáticas propõe e defende a criação de parques submarinos na Arrábida e Berlengas.

  • Reserva da Arrábida - As primeiras medidas preventivas para a proteção da região da Arrábida são estabelecidas com a criação da Reserva da Arrábida (D355/71) pela Direção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas; primeiros alertas para a criação de uma reserva marinha na região.

    Saiba mais
  • Parque Natural da Arrábida - reconhecendo a insuficiente proteção existente, é criado o Parque Natural da Arrábida. A legislação aprovada inclui a reserva zoológica da Pedra da Anicha e alerta para a necessidade de alargamento ao mar.

    Saiba mais
  • A conservação marinha em debate - A Liga para a Protecção da Natureza organiza um debate sobre a Conservação do Litoral da Arrábida-Espichel, em colaboração com a Câmara Municipal de Sesimbra. Na altura, o Professor Luiz Saldanha era o Presidente da Liga para a Protecção da Natureza. 

    Saiba mais
  • Museu Oceanográfico - no Forte de Santa Maria, no Portinho da Arrábida, é inaugurado o Museu Oceanográfico, tutelado e gerido pelo Parque Natural da Arrábida.

  • Estudos preparatórios (1996-2000) - Projetos de investigação: “Levantamento socio-económico das actividades dependentes do meio marinho da costa Arrábida-Espichel”, que decorreu entre 1996 e 1998;“Inventariação e ecologia da ictiofauna do substrato rochoso da costa Arrábida-Espichel” entre 1996 e 2000. Ambos financiados pelo Instituto de Conservação da Natureza.

  • Rede Natura 2000 - o Parque Natural da Arrábida é inserido na Rede Natura 2000 (RCM142/97), integrando a lista nacional de sítios com importância comunitária.

  • Parque Marinho Professor Luiz Saldanha - o Parque Natural da Arrábida extende-se para o mar com a criação do Parque Marinho.

    Saiba mais
  • Caracterização do Parque Marinho - são concluídos os trabalhos de “Inventariação e Ecologia da Ictiofauna do Substrato Rochoso da Costa Arrábida/Espichel", essenciais para o ordenamento do Parque.

  • Alargamento - o Parque Natural da Arrábida é alargado até ao Cabo Espichel.

    Saiba mais
  • Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida - com a aprovação do Plano de Ordenamento é efectivada a implementação do Parque Marinho com zonamento e regulamentação das atividades.

    Saiba mais
  • Rede Natura 2000 - a área marinha da Arrábida-Espichel é integrada na lista de sítios com importância comunitária da Rede Natura 2000.

     

  • Início do programa BIOMARES (LIFE-BIOMARES) - Início do programa BIOMARES, uma série de projectos dedicados à monitorização, conservação e sensibilização ambiental sobre o Parque Marinho. Neste contexto decorre, entre 2007 e 2009, o projecto LIFE-BIOMARES.

  • Implementação do Plano de Ordenamento - conclui-se a implementação faseada do Plano de Ordenamento.

  • Registo de biodiversidade - No ano Internacional da Biodiversidade são divulgadas 200 novas espécies registadas no Parque marinho, contributo para o objetivo da Unesco "CountDown 2010" de parar a perda de biodiversidade.

  • Programa BIOMARES (Poslife) - continuação das monitorizações realizadas neste programa através do projecto Poslife, que decorre no ano de 2011.

  • Programa BIOMARES (BIOMARES 2.0) - As actividades de conservação, monitorização e caracterização do parque marinho continuam com o projecto BIOMARES 2.0, decorre entre 2013 e 2015.

  • Avaliação BIOMARES - o programa BIOMARES edita uma avaliação global da recuperação da área marinha do Parque.

    Brochura de Implementação do Parque Marinho - POPNA
  • Revisão do Plano de Ordenamento - dá-se início à revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida.

  • Prémio Excellens Mare - o Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha recebe o prémio Natura Mare atribuido pelos Prémios Excellens MARE.

  • Projeto Inforbiomares - entre 2017 e 2020, as actividades de conservação, monitorização e caracterização do parque marinho são asseguradas através deste projeto, que se insere dentro do Programa BIOMARES.